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Carol – “Ai meu Deus... as coisas não deram certo?”
 
Gaby – “AAAh, Carol. É você.” – Gaby tinha a voz o mais desanimada possível – “Não, não deu nada certo.”
 
Carol – “Mas o que aconteceu? Não acredito que ele te rejeitou? Você falou o que estava sentindo, pq eu sei que as vezes, quando você fica nervosa fala sem pensar e ai, já viu...”
 
Gaby – “Cheeega, carol!!! Não consegui nem falar com ele, ele saiu de casa.”
 
Carol – “Ué. Mas você não estava na casa dele?”
 
Gaby – “Pois é. Não acredito que ele tenha ficado tão chateado assim, a ponto de sair da casa dele só para não ficar comigo. Talvez ele realmente não seja o amor da minha vida, vai ver ele foi só mais um dos homens que me distruiram o coração.”
 
Carol – “Já chega, Gaby. Olha o drama. Você sabe que o ama, só não sabe o que fazer.”
 
     Carol realmente conhecia a amiga. Gaby estava em casa, sozinha e sofrendo. Sabia que tinha que falar com ele paara acabar com todo esse desconforto, mas não sabia onde encontra-lo, não conseguia falar no telefone... Por mais que Gaby pensasse, não achava uma solução para o seu problema.
 
Carol – “Amiga, fica calma. Vai tomar um banho, come alguma coisa e depois vai dormir. Se ainda sim você não conseguir dormir liga uma música tranquila e fecha os olhos, com o tempo você dorme. Dê tempo ao tempo que tudo isso vai passar.”
 
     Gaby agradeceu o carinho e cuidado da amiga e decidiu fazer o que ela falou. Preparou um jantar e enquanto estava no forno ela tomou um banho quente, pra relaxar o corpo. Colocou uma camisola confortável e enquanto colocava a comida na mesa Gaby percebeu que pela primeira vez tinha visto o homem dos seus sonhos. Ficou chocada com ela mesma.
 
      Ela não precisava ver o rosto. Conhecia muito bem o corpo de Bernie e sabia que era ele, mas por algum motivo ilógico ela se manteve na condição de amiga até o fim. Comeu pouco e o pouco que comeu ela mastigou bem devagar, realmente não tinha vontade de comer, mas sabia que precisava se alimentar.
 
     Ela já sabia que não ia conseguir dormir então antes de deitar ligou a musica, como Carol tinha falado.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
      A janela estava aberta. Bateu um vento frio que fez com que Gaby se arrepiasse. Ela foi até a janela, fechá-la para que assim não fosse obrigada a ver aquela lua que a fazia lembrar de tantos momentos.
 
       Não adiantou de nada fechar a janela. Ela sabia que a lua estava ali e isso era suficiente pra começar  a lembrar de tudo o que aconteceu no aniversário de Bernie. Tudo o que ela sentiu e que escondeu de si mesma naquele dia.
 
      Passou a mão no ombro para tentar se esquentar e deitou angustiada e esperando conseguir dormir.
 
“Não sei o que fazer. Estou aqui sem estar aqui. Tenho tanta saudade. Acho que isso não é amor. Amor não é sofrimento. Se fosse amor acho que nós estaríamos juntos, Bernie, mas você foi embora e me deixou aqui, sofrendo, assim como todos os outros fizeram.”
 
      Os travesseiros novamente encontraram aquelas lagrimas tão sofridas de Gaby, lágrimas ainda mais sentidas que as de antes. Lágrimas de angústia e solidão, de sofrimento e raiva. Apesar de tudo, Gaby sentia raiva de si mesma.
 
      O toque do telefone tinha virado motivo para sustos. Lá foi ela atender o telefone na mesma esperança e mais uma vez se viu frustrada.
 
Gaby – “Aaah... Oi mãe.”
 
Norma – “Que voz é essa filha? ... Nem precisa falar nada. É ele né? Entendeu que é por ele que você está apaixonada.”
 
Gaby – “Mãe eu não sabia, juro que eu não sabia o que eu estava sentindo. Aliás ainda não sei.”
 
Norma – “Sabe sim. Se você não o amasse não estaria ai sofrendo. Faria como sempre, ia pra balada, ia beber... Se você não tivesse a certeza de que o ama não estaria aflita por um telefonema dele e muito menos estaria acordada a essa hora.”
 
Gaby – “E o que eu faço, mãe?”
 
Norma – “Deixa o tempo passar. Tudo vai dar certo. Tenta dormir.”
 
      Gaby desligou o telefone e voltou para a cama. As palavras de sua mãe a tranquilizaram um pouco. Ela deitou e conseguiu dormir, mas não escapou dos sonhos que a atormentavam.
 
“Finalmente ela o tinha encontrado, mas ele estava tão longe. Ela tentava falar com ele, mas era muito longe para ele conseguir escutar. Quanto mais perto Gaby chegava mais longe ele ficava. Gaby se ajoelhou, fraca. Começou a falar com ele como se ele estivesse ali. Hoje eu sei que te amei, meu amor. Hoje eu sei que te amo, mas você está muito longe de mim.
Gaby escutou a voz de Bernie mais perto dela.
 
Bernie – “Estou perto de você sempre.”
 
Ele a ajudou a levantar e acabou com aquele sofrimento apenas dando um beijo. Aquele beijo que a tirava do chão, que fazia com que o coração dela acelerasse como nunca. Uma lagrima desceu enquanto o beijava.
 
Gaby pacientemente esperou que o beijo acabasse para que pudesse dizer tudo o que queria para ele.
 
Gaby – “Bernie, eu te amo. Te amo muito e não quero mais estar longe de você. Quero você do meu lado pra sempre, mas como homem, não como amigo. Quero você no meu quarto, na minha cama, nos meus sonhos... Eu quero VOCÊ. Te amo, te amo te amo.”
 
Os dois se beijaram de novo e então foi a vez de Bernie falar.
 
Bernie – “Te amei por tanto tempo e você não me deixou estar perto de você. Não sei se ainda te amo como amei a minha vida inteira. Não sei se é tão forte ainda.”
 
 
      Gaby acordou ainda mais assustada. Já era de manhã e o dia estava parecendo que seria longo.

Capítulo 29

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