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Capítulo 31

 

      Gaby estava sentada na cama, lendo calmamente a carta que ele escreveu no dia do primeiro beijo, o qual graças à bebida, ela não lembrava. Lia a carta e imaginava ele falando no seu ouvido cada palavra escrita. Ela se viu tão encantada com tudo que deitou na cama, ainda lendo. Passou a mão nos travesseiros e lembrou cada momento vivido naquela cama. Por um descuido a folha voou e Gaby pegou a carta do avesso. Havia faltado uma frase escrita no verso.

 

“Te amei tanto tempo escondido. E sigo aqui, escondido.”

 

      O susto foi tão grande que Gaby levantou da cama bem rápido. Se arrumou rapidamente, tomando cuidado com cada detalhe. Pegou as chaves do carro e saiu o mais rápido possível, o caminho era longo e o coração dela cada vez mais acelerado. Não demorou muito para Gaby chegar na casa que agora era da Bernie. Saiu do carro para abrir o portão, mas estava com muita pressa para fecha-lo.

 

      O coração dela já estava quase saindo pela boca, ela não sabia o que falar, o que fazer... apenas entrou correndo naquela mata. Em menos de um minuto lá estava ele e ela. Bernie se assustou quando viu Gaby ali, parada. Ela estava tão nervosa que não conseguiu dizer nada. Correu mais um pouco e o beijou. Bernie a beijou também, mas logo, com muita dificuldade, se afastou.

 

Bernie – “Não, Gaby. Não aguento mais esse tipo de amizade. Essa brincadeira.”

 

Gaby – “Bernie, eu te amo.”

 

Bernie – “Você já falou isso antes. E não foi...”

 

Gaby – “EU JÁ SEI que te amo. Sei que não vivo sem você... EU – TE – AMO!”

 

      Apesar da insegurança que Bernie não conseguia evitar, a vontade de voltar a beijar aqueles lábios que acabaram de dizer ‘eu te amo’ era maior que qualquer coisa. Bernie a puxou com força e a colocou em seus braços de novo.  

 

      Os dois estavam repletos de desejo, saudade e amor. A respiração parecia ser algo fútil. Os dois se beijavam com intensidade e sem pausas, apenas queriam ser um só.

 

      Não demorou muito para que eles chegassem no quarto de Bernie. Abriram a porta ainda aos beijos, o desejo não deixou que os lábios se separassem. Esbarravam em tudo, com o único objetivo de chegar na cama. Os dois caíram na cama e não demorou muito para que estivessem sem roupa. Bernie encaixou seu corpo no dela e Gaby jogou sua cabeça pra traz, deixando o pescoço totalmente a mostra. Bernie chupou com vontade e ela gritava o nome dele entre tentativas de respiração.

 

      Bernie segurou ela no colo e a jogou mais pra cima da cama, ela se ajeitou no corpo dele de novo e apertou as costas dele. Gaby apertou sua coxa entre o corpo de Bernie. Ele a olhou nos olhos e a beijou com vontade. Não tinham mais respiração de oxigênio, só se alimentavam do prazer de estar juntos. Gaby arranhou as costas de Bernie. Ele acelerou. Os dois tinham os corpos inteiramente colados.

 

      Nenhum dos dois teve um orgasmo fantástico, como era de costume, mas mataram o desejo que os estava consumindo. Talvez o medo de Gaby e a incerteza de Bernie não tivessem permitido uma total entrega, mas nada poderia tirar o prazer de estar juntos.

 

      Os dois estavam cansados. Deitaram abraçados, mas preocupados. Ficaram um tempo sem falar nada. Não tinham coragem de comentar nada. Demorou um pouco, mas as dúvidas de Bernie o fizeram quebrar o silêncio.

 

Bernie – “Gaby, não posso mais lutar contra o que eu sinto por você e você foi bem clara quando me disse que’ não podia me amar’.”

 

      O coração de Gaby acelerou quando ele repetiu as palavras que ela mesma havia dito. Ela se afastou dele e sentou na cama, ficou de frente e com os olhos cheios de lagrimas falou tudo o que estava guardado.

 

Gaby – “Não quero que você lute contra. Bernie, eu sei que eu fui muito egoísta da ultima vez que estivemos juntos, mas me entende. Eu fiquei assustada.”

 

Bernie – “Gaby, como o amor incondicional de uma pessoa por outra pode assustar?”

 

Gaby – “Nunca me entreguei meu coração totalmente a uma pessoa. E se ela simplesmente fosse embora? Eu não iria sobreviver. Em todos os meus relacionamentos eu mantive certa distância, mas com você foi despreocupado, foi diferente... Não mantive distância nenhuma e sem perceber te entreguei meu coração por completo. “ – Gaby já estava chorando, mas se esforçando pra conseguir dizer tudo o que precisava. – “Te entreguei meu coração e você foi embora, por culpa minha. Entende?”

 

Bernie – “Não, não entendo.” – Ele respondeu com uma cara fechada. Gaby abaixou o rosto e voltou a chorar. – “Não entendo como você demorou tanto pra me encontrar. Fiquei te esperando por tantos dias.”

 

      Gaby levantou a cabeça e viu o sorriso de Bernie, que logo veio pra cima e a beijou, fazendo com que ela caísse deitada na cama. Seus corpos estavam um do lado do outro e os lábios entrelaçados num beijo que não devia ter fim.

 

Bernie – “Hm... hmm.. Espera ai. Hmm... Como você chegou no meu esconderijo?”

 

Gaby – “Boooooom... Eu já sabia chegar lá.” – Disse ela secando as lágrimas.

 

Bernie – “Mentiu pra mim?” Gaby – “Só um pouquinho. Da segunda vez que você me levou lá eu entendi como chegar, mas ver você com tanto cuidado era fofo demais. Continuava dizendo que não sabia chegar pra você não largar de mim. Te amei desde muito antes, mas acho que não sabia o que era amar.”

 

      Bernie já tinha os olhos marejados. As lágrimas quase desceram. Estava tudo resolvido, estavam ligados para o resto da vida. Ninguém tinha dúvidas, ninguém tinha medos... Bernie disse um “eu te amo” bem no ouvido de Gaby. Ela se arrepiou por completo, fechou os olhos e o beijou com calma, mas o desejo ainda estava na pele dos dois. O beijo foi ganhando força.

 

      Os dois já estavam excitados de novo. Bernie desceu seus lábio até os seios de Gaby, ela fechou os olhos e, depois de um tempo trouxe Bernie de volta para outro beijo. Ele passou a mão pela cintura dela. Apertava com desejo. Bernie afastou-se do beijo e desceu a mão até a parte mais sensível do corpo de Gaby. Gaby gemeu baixinho. Ele fazia os movimentos com a mão e olhava diretamente nos olhos dela. Volta e meia beijava Gaby, mas nem sempre ela conseguia conciliar o beijo e o grito de prazer.

 

       Bernie subiu a mão e puxou a cintura de Gaby. Ele colocou as costas na cama e ela sentou no colo dele. Levava o quadril pra cima e pra baixo, bem devagar. Ele tinha as mãos na cintura dela, acompanhando cada movimento lento que ela fazia. Mas não demorou muito para que esses movimentos lentos aumentassem a velocidade. Gaby tinha seus peitos colados nos de Bernie, mas ela jogou o cabelo para trás e colocou suas mãos no peito de Bernie e aproveitou o prazer. Os dois tinham os olhos fechados.

 

      O orgasmo veio no momento certo, junto com a exaustão que os dois estavam sentindo.

 

Gaby – “Te amo, te amo, te amo.”

 

      Os dois estavam abraçados e quase dormindo quando bateram na porta.

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