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Bernie – “Eu não acredito que ela saiu sem se despedir de mim. Não me disse nem quando volta.”

Bernie estava numa angústia sem fim. Seu amor saiu do país, não disse quando volta, não deixou um numero de telefone e muito menos se despediu. A incerteza estava deixando ele louco, ele só sabia que ela ficaria por lá pelo menos duas semanas. Então o aniversário seria calmo e sem comemorações.

Bernie tomou um banho e pegou as coisas que Gaby havia deixado em cima da mesa, entre elas o papel do motel. Já estava tudo acertado, não havia nada a ser pago. Na Verdade nem Gaby havia pagado. A noite maravilhosa dos dois foi cortesia de alguém, mas em lugar nenhum ele viu de quem era. Deixou para juntar as peças do quebra-cabeça depois.

Ele já estava chegando no apartamento de Gaby quando o telefone tocou, Bernie parou o carro na mesma hora para atender pensando que era Gaby. Nem olhou na tela do celular pra ver quem realmente era.

Bernie – “Alô? Ah... Oi Mãe. To bem sim. Gaby? Ela já foi viajar, porque?”

A mãe de Bernie simplesmente disse que não era nada demais e desligou o telefone antes que Bernie pudesse contestar o ‘nada demais’. Ele deixou o carro de Gaby na garagem e nem se quer quis aproveitar para subir no apartamento dela. Pegou um taxi e foi buscar seu carro que tinha ficado perto da boate.

No caminho do México até a Venezuela, Gaby só conseguia dormir no avião estava muito cansada, quase não tinha dormido na noite anterior.

“Os dois estavam na praia, numa praia vazia. Sem ninguém por perto para atrapalhar aquela vista linda. Os dois se beijavam loucamente, mas Gaby não queria ver o rosto do seu amado. Virou-se de costas e sentia o corpo dele deslizando no seu, aquelas mãos grandes e quentes que a apertavam como... como...”

Gaby – “Mais um sonho... Ai meu Deus, esse homem está me tirando do sério.” – Disse ela passando a mão no rosto suado. – “Quem é você?”

Gaby entrou em casa e foi logo abraçando seus pais, estava morrendo de saudades. Já tinha algum tempo que não se viam. Sentaram à mesa e começaram a conversar. Mataram as saudades. D. Norma contou tudo o que tinha acontecido nesse período que quase um ano que Gaby não ia lá.

Norma – “E você, minha filha? E Carlos?”

Gaby – “Ay mãe... Carlos é passado. Brigamos feio.”

Norma – “Graças a Deus.”

Gaby – “MÃE?”

Norma – “O que foi, Gaby? Você sabe que eu nunca gostei dele. Homem grosso, mal educado. Fez bem. Existem homens muito melhores do que ele. Alguém mais sociável, mais amigos...”

Gaby começou a rir. D. Norma não entendeu muito bem, mas Gaby logo tratou de explicar, quer dizer, Gaby falou quase tudo.

Gaby – “Então, mãe... Tem uma pessoa que me ajudou a esquecer o idiota do Carlos. Não estamos juntos, tá? É só uma conversa sabe? Ele me ajuda. É um verdadeiro amigo.”

Norma – “Que pena que é só um amigo, né, Gaby? Podia ser mais que isso, não?!”

Gaby – “Ay não... somos amigos a muito tempo, mãe. Você sabe quem é... é o Bernie.”

Norma – “aaaaah aquele ator que fez uma novela com você né? Mas vocês não eram tão amigos na época da novela.”

Gaby – “É verdade. Quando acabaram as gravações é que a gente se aproximou. Não sei o que foi. Ele estava nas mesmas festas que eu, tínhamos mais amigos em comum do que pensávamos.”

Norma – “Bom filha, vou dormir. Nos falamos amanhã. Seu quarto já está prontinho, só te esperando. A propósito, quanto tempo você vai ficar aqui?”

Gaby – “Só vou poder ficar 1 semana, mãe. Tenho que chegar no México dia 4.”

D. Norma foi dormir e Gaby aproveitou para ligar para Bernie.

Bernie – “Alô?” – Com uma voz sonolenta.

Gaby – “Não acredito que você estava dormindo até agora.”

Escutar a voz dela o fez despertar na mesma hora. Seu coração acelerou e ele não sabia o que responder, mas tinha que entrar na brincadeira. Nada de dizer que estava com saudades.

Bernie – “Como você não me deixou dormir a noite inteira, tive que compensar minha noite de sono, né?!”

Os dois riram e acabaram ficando alguns segundos em total silêncio. Ele esperando que ela dissesse que dia ia voltar e ela sem saber o que falar, querendo entender o porquê do coração acelerado.

Bernie – “Como está sua mãe?”

Gaby – “Ah! Está bem. Bernie, tenho que desligar. Só liguei pra te agradecer e me desculpar pelo trabalho que eu te dei hoje de manhã.”

Bernie – “Não esquenta. Seu carro já está na garagem. Está tudo certo.”

Gaby – “Então ta bom. Obrigada.”

Bernie – “Aaah, Gaby. Que cortesia era aquela, que você deixou junto com as chaves?”

Gaby – “Foi a Carol, Ber. Ela que arrumou aquilo tudo e me avisou.” – Gaby não queria falar que na verdade Carol tinha feito aquilo para levar alguém, e a preferencia era que não fosse Bernie.

Bernie – “Aaaata... Então ta bom. Bom, vou deixar você descansar. Manda um beijo pra sua mãe.”

Gaby – “Pode deixar, boa noite.”

Bernie – Boa noite, Dorme bem.”

Gaby assim que desligou o telefone abriu um sorriso. Não sabia ao certo o porque, mas estava feliz. Foi deitar logo. Estava ansiosa para mais um dia ao lado de seus pais.

Norma – “Bom dia, filha!”

Gaby – “Bom dia, mãe, pai... Ay que saudade que eu estava desse café da manhã.”

Todos se sentaram a mesa e aproveitaram o delicioso café da manhã com o tempero de D. Norma. Havia muitas coisas a se fazer. Gaby queria matar as saudades das amigas de infância, passear pela cidade onde viveu por tantos anos.

Na hora do almoço Gaby e D. Norma foram para a cozinha. As duas conversavam sem parar e volta e meia Gaby mencionava Bernie.

Gaby – “Mãe, falei com ele ontem. Ele te mandou um beijo.”

Norma – “Mande outro para ele.” – D, Norma riu.

Gaby – “Sabe que ele cozinha muito bem? Tem um tempero parecido com o seu.”

Norma – “Sabe que você tem falado muito sobre ele?”

Gaby se assustou com o que a mãe dela disse. Se assustou mais ainda com a continuação da conversa. Gaby teve que escutar sua mãe dizer que ela parecia apaixonada, que ele era uma ótima pessoa, e que definitivamente era o homem certo.

Gaby – “Ay por favor, mamãe. Nós somas amigos. A-MI-GOS.”

Norma – “Mas os ‘A-MI-GOS’ também podem se apaixonar.”

Gaby – “Nada disso, mãe. Só amigos. Bons amigos. Mais nada.”

Bernie não tinha muito o que fazer, a não ser esperar por Gabriela. Durante o dia ele ia à academia, passava as tardes estudando e as noites sonhando, já que Gaby não ligava mais. Foi assim durante uma semana.

Norma – “Ay filha, mas você já tem que ir?!”

Gaby – “Tenho, mãe. Eu falei que ficaria uma semana. Amanhã é aniversário do Bernie, não posso faltar.”

Norma – “Lá vem você falar dele de novo. Abre o seu olho.”

Gaby – “Mãe, parou. Amigos não perdem os aniversários um do outro.”

Norma – “Ta bom, filha. Mas vou sentir saudades. De qualquer forma, com relação à ele: Abre o olho. Se você se apaixonar não tem que ter medo.”

Gaby – “Tá tá tá... ta bom, mãe. Beijos. Se não eu vou me atrasar.”

Gaby pegou o avião na tarde daquele dia 4. E da mesma forma que foi, ela voltou dormindo e claro, sonhando.

“Bernie tinha nas mãos um par de alianças, mas não deixou que Gaby as visse. Ele segurou as duas mãos dela e a puxou para matar as saudades com um beijo intenso e demorado. Enquanto os dos se beijavam, Gaby sentiu que ele estava mexendo demais não mão dela. Eles se afastaram e lá estava o anel, na mão dela. Como ela sempre sonhou.”

Capítulo 21

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